Siza

O que será que se move por entre as sombras? Nada.

A luz talvez ainda não tenha cá chegado. Quando chegar, com certeza, acaba a sombra. Se não acontecer, ou a luz ou a sombra darão azo a mais luz, ou, mais sombra.

Um diálogo infinito, como o tempo. A luz, isto é. Esta matéria que não é material. Nem os fotões a provam certa.

É para já, impossível de manter sob o controlo da matéria que é feita da indeterminada passagem de um tempo. Para alguns, pois outros preferem o degrau, a dobra, a redobra e a desdobra, como medida da sua relação de amplitude com o tempo.

Distorcido, ou só torcido, o tempo de alguns é como o corrimão que acompanha o tiro de uma escada: um falso sentido de segurança, mero apoio à locomoção, um arranjo tecnicista ou então arte.

Para Siza o tempo não passa, porque ele decidiu que nem luz, nem sombra, são motivo de sucesso.

São antes as substâncias mais evidentes do fracasso em nomear o inomeável, como um mero homem Barroco.

January 20, 2022

January 17, 2022

Viver fora de uma norma, não é necessariamente ser a-normal, pois nem sempre esta posição implica conflito ou repúdio. Falo disto porque o termo anormal está colonizado por um significado negativo e depreciativo.

Por vezes falamos só de tema ou estilo, o que valida somente o nosso interesse no campo, como uma espécie de investigador boémio. Esta curiosa vontade implícita em saber mais, significa algumas vezes, ser anormal.

Ser excêntrico, porque se sai de um centro – mas sem essa deslocação evitar reconhecer que se mantém uma certa relação geométrica, concêntrica, mesmo que irregular, com esse mesmo centro, do qual saímos.

Nos temas e estilos que todos mantemos como universais, há quem saiba sair sem avisar. Evitando lugares comuns, consegue inesperadamente, ou não, implicar muito mais do que pensávamos possível.

É tão evidente que só depois de muito tempo e digestão, se consegue sequer, iniciar o processo de assimilação. A nossa sociedade não está preparada para dispender tempo consigo própria. Os que têm esta noção, abusam da sua condição anormal para o fazer desmedidamente. Como é tão mais verdade na verdadeira arte.

January 11, 2022

O primeiro é o amador, o segundo o filósofo e o terceiro o crítico.

1 induz 2 deduz 3 transforma

O primeiro induz, enquanto absorve, entranha e prospera na base da arte visual e da literatura. Simultaneamente, como se de um ímpeto de sobrevivência para além dos meros estados de mortalidade se tratasse. É passado portanto, não porque passou (na simples contagem do tempo), mas porque tem a história que escreveu como seu aliado. Esta indução reflete a passagem de energia potencial. É no acumulado poder de construir, para além do simples ato de materializar que, simplesmente, algo se constrói, primeiro na obra e depois na observação da obra. Primeiro pela posição como se ama, autor, depois como permite uma posição ao seu público.

O segundo deduz, analisa a sua construção, sentado, exausto. Exaurido pelo seu próprio estado de criação, deixa-se galvanizar pela dúvida constante do perfeito, do conclusivo, ao ponto de abnegar a criação como sua. Mas, e mesmo em convulsão constante, permite-se momentos de êxtase, geralmente ilusões fantasiosas de dimensões paralelas onde o encontro com o seu público é pacífico. Geralmente, é, e reflete toda uma pedagogia de comunicação clara e coerente. Um saber da base. Quando não é, ou se aprende ou se desiste.

O terceiro transforma. Só isso. Reduz e simplifica ainda mais a noção de valor e validade da obra. Enfrenta-se num juízo sem parcimónia, fermentando a matéria primal numa construção passível de ser perceptível aos outros. Poder, no seu estado mais puro, o que consegue existir sem ser uma existência, mas uma condição para a criação.

Nenhum destes estados é um estado de paz e saúde, apesar de todos serem um estado de construção e adoração. É pelo menos assim que nos querem (sempre!) fazer entender o estado normal (natural para alguns) da criação. Algo doloroso, tenebroso e pouco sadio. Um processo de loucura e decadência, o processo do fim. Romântico, que não distingue o contexto do possível com a vontade da repetição impossível. Recursos como justificação de recurso.

A construção para além do óbvio e da tecnologia está ao alcance de alguns. Não porque a atingem mas porque a incorporam na energia pulsante do seu próprio reconhecimento como nados vivos. Falo daquela que ultrapassa o âmago do entendimento genérico e é, só. Beleza. Universal.

Por isso, completar, ou tentar completar, o poder que poucos atingem desta forma é usurpar o direito a que a inquietude de poucos, fazem verdade a vida de todos os outros. Fiquem-se pela constatação de beleza. Mesmo que tenham sido uma parte dessa criação.

January 9, 2022

A obra de Siza é feita do plano que ele decidiu retirar dos seus pés.

Chã, plana, penitente, poética e plena, tal como uma pérola obtusa, a perspetiva da sua arquitetura é a singular expressão do seu homem, Álvaro.

Álvaro

O mesmo que começou por perceber que a obra se faz por subtração do supérfluo, na adição do significado, sempre imperfeito. Algo que só esculpido se sabe mostrar.

Heresia

E por isso a distinção entre material e matéria, carrega o drama deste enredo, denso, como o arquiteto que escolheu viver no decorrer da sua obra.

Tratados

Admiráveis poemas visuais, as suas obras carregam um peso semântico, imanente e intelectual, tanto quanto existencial. Vemos nelas, como que o desenrolar de um processo de punição.

Adeus Loos

Um processo que começa por maneirismos progressistas que avançam uma noção de libertação das bases clássicas da arquitetura em direção ao campo intersecional e inclassificável da sua narrativa barroca, magistral.

Mais do que um pleno barroco poético, uma visão pós maneirista punk.

January 7, 2022

December 13, 2019

Escrever a desenhar por palavras o que nos inquieta a vida.
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#siza #faup #textos #desenho #salaplana #life #achievement (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
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March 11, 2019

De volta à escola, agora para estudos mais avançados, mas sempre com as melhores ferramentas. Contento-me sempre com o melhor.

#escola #aulas #arquitetura #vernaculo #patrimonio #faup #primeiro #dia #colegas #sol #visita #romantico #caminhos #porto #teses #ferramenta #siza (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
https://www.instagram.com/p/Bn8_K00gHNp/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=b4yhv71j48ew

September 20, 2018

De volta à escola, agora para estudos mais avançados, mas sempre com as melhores ferramentas. Contento-me sempre com o melhor.

#escola #aulas #arquitetura #vernaculo #patrimonio #faup #primeiro #dia #colegas #sol #visita #romantico #caminhos #porto #teses #ferramenta #siza (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
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September 20, 2018

#siza #pavillion #carlosramos #faup #ghosts #decadence #learning #hub #bucolic #nostalgia #decay #thankyou (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

February 10, 2018

#pavillion #carlosramos #siza #faup #wandering #searching #reflection #SelfPortrait #portrait #stair (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

February 10, 2018

#siza #faup #stair #thankyou #connections #layers #manual #architecture #master #interior #light (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

February 10, 2018

#dead #bird #bored #wandering #faup #siza #green #study #bigger (at Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

February 9, 2018

Deambular por entre a natural cristalização da Belle Époque #museum #serralves #new #project #work #master #siza #art #pavillion #display #experience (at Museu de Arte Contemporânea de Serralves)

December 25, 2017

Deambular por entre a natural cristalização da Belle Époque #museum #serralves #new #project #work #master #siza #art #pavillion #display #experience (at Museu de Arte Contemporânea de Serralves)

December 25, 2017

Transformações de forma em algo meu pelo filtro de um outro #transformation #museum #serralves #new #project #work #master #siza #art #pavillion #shape (at Museu de Arte Contemporânea de Serralves)

December 25, 2017

Transformações de forma em algo meu pelo filtro de um outro #transformation #museum #serralves #new #project #work #master #siza #art #pavillion #shape (at Museu de Arte Contemporânea de Serralves)

December 25, 2017