Do preto, impulsivo no branco, o mesmo que se renega. A vontade íntima de ver em ser visto, o memento nostálgico, crítico desse passado em que tudo se coloca quando importa o que passou.
Do vermelho, que jorra, que abraça a ferida e dela foge, recusa a parte de que não é mais e dói. Deixa para trás um coágulo que marca e nem sempre fica para sempre. Parte, sai, atenua em laranja, mas forte, vibrante e lascivo como de onde nasceu.
Do azul, esses celestes amargos de vida e solidão, de medo sem medo, pelas mudanças de tom, essas luzes fortes que fracas se tornam graças, são facas. Retalham, cortam sem fim e sem fio, magoam, maculam, mas fazem peças inteiras de um todo que se quer ler em partes.
Do dourado, tom, matéria brutal que predomina nos audazes, esses que encontram os maiores tesouros que ninguém sabe ainda contar.
De todas as cores, o êxtase do conjunto, a hegemonia da ordem e da força, essa vontade do eterno em prevalecer puro como o branco.
the MONSTRUKTOR