A visão totalitária do mundo não admite as suas múltiplas manifestações. Pelo contrário, impõe como total, uma única visão.

Assenta num sistema político em que o regime exerce controle absoluto sobre os aspectos da vida dos cidadãos. Tanto na vida pública como na vida privada o controlo absoluto domina todos os aspectos da sociedade (da política, economia, cultura, educação até à vida pessoal).

Esta liderança centralizada impõe a sua força por uma figura ou por um partido único que procura o poder absoluto. Uma ferramenta fundamental é a propaganda, a qual, através da doutrina ideológica (claramente visível na sociedade de consumo e entretenimento), força uma visão da realidade pela manipulação da opinião pública.

Assisto a como a opinião é a plataforma para a repressão. Inimaginável, esta subversão é surpreendentemente lógica na forma como domina a opinião de todos para identificar e inviabilizar as dissonâncias resistentes e desobedientes.

Daqui, admito a minha dissidência e aguardo por outros tipos de supressão, antecipando uma maior violência sobre a censura, a vigilância e a discriminação. Dificilmente ultrapasso este terror mas estou atento e resisto como posso, principalmente porque acredito na cura que a geração do trauma me dá a ver.

Será esta visão mais um regime total?

Estamos rodeados de personagens de culto.

A primeira somos nós, colaboradores numa simbiose psicótica da salvaguarda do eu num eu de outros – como se a nossa existência nesta vida dependesse disso.

A segunda é esse eu envolto em poder, seja ele qual for, que se alimenta da nossa recusa em agir e na alienação desse resultado.

Nenhum ídolo existe sem seguidores. Nem um! E a comunidade que representa a sua competência para a mobilização é diretamente proporcional ao seu poder. Esta “divinização” banal de figuras chave precisa acontecer numa leitura holística do mundo real. Talvez acabe, mas mudará com certeza, se o canal que temos com a realidade passar a ser poroso com a tríade nominal da nossa civilização: empatia, solidariedade e generosidade.

Apesar desta constatação quase “bacoca” da minha parte, não deixo de pensar no terror que se propaga em mim. Não pelos fascistas autoritários que persistem como figuras dos regimes, mas pela total ausência de pensamento prático de todos os seus seguidores.

Que catástrofe procuram os verdadeiros ditadores? Esta massa composta e conforme que alimenta o regime vigente. Esta “maralha” negacionista que prefere aludir a algo do que fazer acontecer o melhor para todos. Estes ativistas néscios e narcisos, afinal virtuosos ignorantes do estado de pobre e escravos que são.

Stalin, Hitler, Mussolini, Musk, Putin, Trump… Facebook, Instagram, WhatsApp, Tik Tok, X…

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