A minha arquitectura nunca foi sobre linhas no espaço ou sobre o egoísmo do tempo.
É um organismo vivo: mutante, híbrido, visceral. No LAP LAB é-me permitido mergulhar nesse campo de possibilidades onde a prática se desprende do estirador e se impregna nas camadas do mundo real. Onde o desígnio da disciplina vai para lá da forma e assume um acto de escuta radical: uma incitação que desmonta as relações invisíveis entre o meu corpo, o território e esse poder de observar.
No laboratório, encontro espaço para divergir: uma forma de romper com o convencional e derivar por entre metodologias heurísticas, onde a experimentação é tática e a teoria é estratégia. É aqui que a minha vocação individual colide com o coletivo e manifesta a vontade em conectar conhecimento, técnica e narrativa numa reconfiguração de espaços emocionais a partir de uma noção de território que provoca uma arquitectura desobediente e inconformada.
O LAP LAB opera como um proto-espaço: um laboratório de insurgência pedagógica onde etnografia, arte e ecologia colidem numa forma particular, assente na vocação coletiva. É um lugar possível, colaborativo e cooperativo, onde a academia se incorpora em instrumentos humanos, e eu assumo o meu lugar.