Todos acham que sabem dizer quem são e ainda por cima pensam dessa forma saber o mesmo dos outros. Vivem num equívoco.
Quero acreditar em quem diz que não sabe, muito mais do que quem se acha dono de uma opinião. Quero aprender com quem procura aprender, muito mais do que com já encontrou a sua razão.
Vivo num equívoco quando acredito que a honestidade se cruza com o carinho de uma relação. No fim o equívoco sou eu que faço acreditar que a possibilidade é um sim a partir de um não.
Vivo rodeado de equívocos, de casos e complexidades. Vivo sempre no centro de um conjunto de fragilidades. É inescapável essa situação.
Mantenho a certeza geral perante esta mesma noção: de que mais vale um equívoco, do que a certeza na mão?
A inocência do mundo não deixa de surpreender, até porque é feita de medo do que não sabemos perder. Olhar em volta e saber que o que aceitamos nos outros é, afinal, o que na nossa vida é um ridículo fatal.
Poucos e perto são os que decidem acreditar, que certezas no mundo são só para enganar. Equívoco a equívoco segue o mundo a cantar, feliz na sua maneira de ser e ver a matar.