Liberdade, para desobedecer.
A mais elementar forma de liberdade nasce na resistência. Interior, é num primeiro momento um fenómeno pessoal e intransmissível. Exterior, é um agente coletivo de reconhecimento entre seres semelhantes, unidos por um conjunto de valores éticos, políticos e sociais que buscam uma razão. Esta forma de resistência persiste numa inteligência crítica sob a forma de cultura desde que numa comunidade horizontal e integradora. Resistir é assim, aceitar a diferença como factor agregador e não como a cisão entre os pares. Resistir é também desobedecer aos pontos impostos com os quais, ainda não atingimos consenso. Obedecer é evitar a crítica, a participação e a defesa da liberdade. A responsabilidade em desobedecer é uma forma de construir a liberdade.
Pluralidade, pela arquitectura.
A diversidade implica o respeito por qualquer opinião individual. Mesmo errada, pois tudo depende do ponto de vista, por isso mesmo deve ser assente na solidariedade entre membros de uma comunidade. Membros esses, equidistantes e cientes das estruturas de poder que representam, constroem e pactuam, agem como partes conscientes num possível processo de cura do erro pela melhoria. Todos são responsáveis pela sua posição pedagógica no seio da sua cultura disciplinar e só assim é atingida a desejada pluralidade. Esta é também a cultura disciplinar que não existe sem forma, sem método e sem contexto histórico. Cultura esta, que estagna ao repetir a forma, o método e a história.
Prospetiva e transformação.
Ponderar é um acto que define um ciclo. Iniciar ou concluir dependem sempre de uma ponderação. São partes de uma experiência maior, que não resiste sem ponderação. Fazer sem pensar é o mesmo que pensar sem fazer: inútil. Prospetivar é ponderar, neste caso o futuro. O futuro é algo desenhado pela ambição, pela vontade e pela mudança do tempo presente num outro tempo, que se espera, sempre melhor. O futuro é então transformação, pelo melhor do presente, em algo que esperamos que represente uma comunidade, a sua cultura, a sua prosperidade. Para isso só precisamos da coragem da mudança pelo reconhecimento do processo de transformação.