Perante a realidade do resultado eleitoral quero ver a coragem de cada um dos ausentes em continuar, de cada um dos corruptos em moralizar e de cada um dos privilegiados em ignorar.

Nunca a democracia construiu um aviso tão claro, numa mensagem tão simples, como um resultado eleitoral. A responsabilidade pessoal na decisão de cada voto esteve sempre garantida e não há dúvidas sobre o que pensa e quer a maioria. Maioria essa que nos rodeia e que conforma o desenho político da nossa sociedade. Não há inocentes, não há culpados, há responsáveis e agora temos que ser capazes de assumir essa decisão publicamente e não escondidos atrás de um acto secreto.

Num ano como todos os outros, mas que se pretende que tenha um melhor mês de abril, os 50 anos da revolução democrática em Portugal serão celebrados com maior intensidade, significado e participação. O meu sentido de dever público, orienta-se por um racional participativo fora das questões da corrupção e influência económica e assume-se numa esquerda social, solidária e livre. Este ano como todos os outros, celebro os milhares de anos de evolução e não me esqueço da revolução.

É com empatia, generosidade e humildade que decido avançar.

E avanço. Determinado e com a coragem da minha decisão democrática em participar, fazer parte. Avanço para bem dentro de um sentido de dever, de serviço público pelo que sou capaz de pensar, agir e dizer com autonomia e responsabilidade.

Viva a minha liberdade. Sempre.