Falar de um tipo de democracia que se resolve em partes, associadas num princípio coletivo, é praticar a anarquia.

Democracia que se manifesta sem um governo, sem uma instituição que não o tempo da decisão voluntária de um conjunto de valores comuns e incorporados nas pessoas que os praticam por necessidade. Um caminho direto desde a vontade comum ao bem comum. Equidistante e partilhado.

Uma questão de princípio, um compromisso assumido com valores representativos da associação, cooperação e organização voluntária e participativa.

Uma questão de possibilidades, de ideias que se transformam num projecto e se materializam numa forma alternativa da sociedade moderna.

Um processo cíclico, temporário e finito que tende a representar um momento singular e que se auto destrói para se assumir válido nesse mesmo tempo.

Beleza social. Deslumbre político. Prova democrática. Obsolência controlada. Filosofia e ética sem conflito. Caos contemporâneo e progressista.

Parte de um coletivo em partes, este pensamento anarca é só um código de leitura de um movimento espaço temporal de corpos que sincronizaram o seu território intelectual num instante de significados correntes, banais e por isso tão relevantes neste mundo cada vez mais conformado.