Primeiro somos humanos. Somos parte indistinta de uma descrição universal que se vista de uma escala cosmológica não quereria sequer deter termos para acentuar qualquer diferença entre essa comunidade. Talvez, para efeitos de uma apreciação sobre a possível explicação da persistência ambiental da espécie, essa descrição poderia tentar uma precisão tipológica sobre a biologia, e uma outra descrição morfológica sobre a relação inter espécie. Devido ao nosso estado concentrado na condição terrestre, torna-se claro que as especificidades etnográficas dessa descrição, seriam diluídas numa informação homogénea de carácter coletivo.

Segundo, alguns já sabem que a essa escala, somos somente um conjunto primitivo de seres em constante conflito com a nossa própria evolução e progressão intelectual. Somos tão só e ainda, limitados pelos conhecimentos do nosso território imediato, e incapazes de lidar com os conceitos para além dos campos sociais das nossas relações planetárias. A maioria, é incapaz de lidar até, com as relações que existem além da sua própria presença e proximidade com outros indivíduos, humanos ou não, cientes ou não.

No entanto, continuamos a aguardar pelo Messias que nos trará o entendimento sob a forma de palavras, imagens ou pílulas. Esperamos por esse momento, suspensos nas nossas incapacidades e ancorados em sentimentos ainda mais primitivos do que a nossa possível descrição cosmológica.

Penso sobre o que seria se os pontos que nos unem estivessem dispersos pelo universo. Se não tivessem qualquer mecânica associada, nem quântica, e se transformassem no entendimento de cada ser individual, assim que esse ser quisesse. Só assim posso assumir que a solução coletiva fosse um pouco mais do que uma fantasia, e nessa realidade tudo se dissipasse em nós. Ou então, toda essa noção se transformasse em estrelas e astros, tal como vejo no céu dos que talvez já cá andam em volta de mim.