Sim, eu acho que sou incompetente. Inconveniente, até. E acho isso algo de bom, senão não estaria aqui.
Muitas vezes, como falo, faz-me sentir que o entendimento de quem ouve, é nitidamente sobre o estado de algo que vai mal, mas a minha intenção não é essa. É sobre algo muito bom, que provavelmente não surge à partida como a possibilidade de progredir para algo diferente, apesar de não necessariamente melhor, pois não tenho em mim esse poder. Falo em mudar. O meu poder é esse, o do verbo poder.
Ser incompetente não é mau, quando é só um estado temporário na condição do saber, do praticar e do ser. Talvez este seja um problema que decorre do uso da minha língua, mas sinto-me incompetente e isso faz-me avançar. Essa língua é a mesma que uso para exprimir a outros o que vejo, e como toda essa construção pode ser tão rica e inútil ao mesmo tempo. Talvez tenha nascido morta, da posição que eu decidi tomar, mas o meu tempo é ainda o de a obrigar a falar.