Um dia teria que ser assim. Desde o momento em que começou, a vontade de saber como irrita o pôr do sol sempre foi algo que nunca me incomodou. Ele está lá, existe e serve para um ritual que não me lembro de precisar. Apesar de parco, este contato existe e funda a mente na certeza de um ciclo que nunca se fecha, o dia, a noite, o dia, a noite. Nunca igual.

Mas a progressão do tempo é uma constante exponencial, principalmente, e de acordo com a maturidade construída a partir da experiência. Reconhecemos facilmente como deixamos ter uma jovem longura ociante, para viver na adulta fugacidade ansiosa. Memórias, nostalgias e remorsos são a pedra desse templo de tempo perdido, saqueado aqui e ali por uma catarse imposta, quase terapêutica. Tudo se precipita em crescendo e é fácil sumir.

Viver na certeza da morte é, para mim, viver na certeza da vida. O inverso, não tem sentido. E ignorar um destes pontos, também não. Viver na certeza da manhã, do ocaso, da luz e da sua ausência, da presença, companhia e tudo o que nos rodeia é a minha obrigação. A certeza da nossa raça, diriam alguns, mas não será só assim.

Por isso, o como, importa. Nada faz mais sentido do que a certeza de tudo o que nos rodeia ser a parte mais importante do que “estamos aqui a fazer… De outra forma, será necessário partir, mudar, terminar, concluir, avançar e evoluir. Afinal de contas, é exatamente por esta incapacidade de resignação como resistência e resiliência que “estamos aqui”.

E eu “estou a fazer”.