O que será que se move por entre as sombras? Nada.

A luz talvez ainda não tenha cá chegado. Quando chegar, com certeza, acaba a sombra. Se não acontecer, ou a luz ou a sombra darão azo a mais luz, ou, mais sombra.

Um diálogo infinito, como o tempo. A luz, isto é. Esta matéria que não é material. Nem os fotões a provam certa.

É para já, impossível de manter sob o controlo da matéria que é feita da indeterminada passagem de um tempo. Para alguns, pois outros preferem o degrau, a dobra, a redobra e a desdobra, como medida da sua relação de amplitude com o tempo.

Distorcido, ou só torcido, o tempo de alguns é como o corrimão que acompanha o tiro de uma escada: um falso sentido de segurança, mero apoio à locomoção, um arranjo tecnicista ou então arte.

Para Siza o tempo não passa, porque ele decidiu que nem luz, nem sombra, são motivo de sucesso.

São antes as substâncias mais evidentes do fracasso em nomear o inomeável, como um mero homem Barroco.