Keywords: habitat, apparatus, perception, observation, etnobiography

The wit of time

A practical reflexion, crossing the fields of photography, drawing, engineering and geography, manipulative and emotional. A device, allowing etno biographical context as a process of observation from a methodology of perception, in which change awareness is the programming algorithm of the anthropocentric epoch. A territorial activation, transitioning from the obvious, and managing memorial heritage within the limits of the intangible. A narrative of timespace proportions, contributing to the geographical chart plot of a selected story dedicated to ontological habitats. An object, conditional, as the use of a specific set of instructions, programmed to dissect memorial wavelengths in the humanized interface of intelligibility. Finally, an installation, escaping the printed boundaries of SOPHIA’s Journal format, and engaging the audience in The International Conference.

Proposing the recording instrument as a measurement of emotional time in history. The adjustments and calibrations proposed between the measures of balance of a new memory, are juxtaposed between the “etnobiography layer” and the “slide of history”. The recorded result is managed by the conditioned intermediary, intentionally and again, emotionally. This graphic apparatus is made of ingenuity, drawing, engraving and printing. Human machines and emotional tools of representation, and this is the affiliation to the place, as much as to the masters who dedicated us all the stories we need to tell.

The device that starts with the ability to invent something new is in itself a creation. This creation is also a mechanical device, as a mechanism for capturing a desired and programmable vision of a specific timespace. It also has the typical characteristics of the machine: the primary function (the one that facilitates human labor and understanding); the control interface; the operating instructions.

The machine is therefore the relation of contact, the touch point from timespace with the observer that I make available, for him to access the available opus. This is the expectation we have with time, in addition to the personal theology of the story I intend to tell when I point to the result through the device. The result of the machine observation is only the emotion of the perception, representative of the history of this chosen territory and can be adapted to any other material context, provided that the semantic and intentional perspective are the emotional instruction of the “operator” of the machine.

Through a concrete and systematic methodology, disciplinary as well as interdisciplinary, I have built a formula to represent the time for a singular observation. One of cultural heritage, moments of an unusual time, in the city of Porto. It is this territory of historical continuity, which elucidates the observer in the use of this device, in the transposition from the past to the present, allowing the construction of a new image as a new personal future. The decoding of the work’s concepts, progressively multiplied in the subject’s activation by reading each individual wavelength and layer, are the epitome of an assertive study of the observer itself, and in his access to a layer of timespace that he will decide individually, how to tell.

Biographical note

Sérgio Miguel Magalhães, Porto (1979)

Polymath author, also known as MONSTRUKTOR.

Develops activities as critic explorer, curator of people and minds, through his original structural thinking, analytic critics and authorial system. Curator of minds and crafts, obsessive creator, drives others into an aware life. Engaged in the restless quest for nothing, relies on a critical assertiveness, incarnating a passionate and rigorous vision within an oddity called life. Relies on the mojo that defines his personality: live life learning how to die.

. academic training in architecture FAAULP

. academic researcher in editorial programs FAAULP

. specialisation in Heritage and Landscape FAUP

. advanced Video Capture ESAP

. specialisation in Representations, Drawings and images of the Territory FBAUP

. since 2000, interpolates academically and professionally specific creative fields such as architecture, visual design (graphic and web) and product design in a studio environment @ STUDIUM + directs brand creation and brand strategy @ AMMP brand & management agency + elaborates on products and systems @ PTMADE

Palavras-chave: engenho, luz, instrumento, momento, etnobiografia

O engenho do tempo

Introdução

Para a efetiva representação do território baseado na leitura do desenho enquanto instrumento, da engenharia enquanto ciência, e da geografia enquanto técnica, reúno os pressupostos para a elaboração do diário (numa prática investigativa constante), onde o registo pessoal e a recolha dos contributos externos, expõem um percurso claro na construção do engenho. Fig. 1

A afetação do fator tempo na notação espacial da memória tem como bases os textos e os desenhos do autor, a pesquisa e a referência direta dos campos do desenhos, da engenharia e da geografia, e finalmente, uma presença de algumas conferências, como contribuições e pesquisas complementares sistematizadas no meu relatório final.

A ligação simbiótica entre o presente e o passado na perspetiva do futuro foi o ponto de especulação que dominou o raciocínio crítico na construção da dramaturgia do meu objeto, e da sua relação com a mensagem da obra. A observação e o domínio sobre a forma de olhar (dissecando as melhores práticas em perspetivas, em novas abordagens e em memórias dimensionais com o apuro científico da pesquisa e da metodologia clara) são o resultado final perfeitamente tangível.

Fig. 1 – Magalhães, Sérgio Miguel (2019): “A viagem no tempo” – crayon e marcador. Diário

Contexto

Tendo como principal objetivo representar o tempo e, ao mesmo tempo permitir a interpretação pessoal sobre a leitura do passado que conhecemos [1], determino as bases e apresento as instruções ao observador, para uma nova construção pessoal da memória da paisagem cultural da cidade.

“ Num domingo festivo “ e especial para duas famílias portuenses do século XIX [2], seleciono um momento exacto que permite a participação do sujeito (emocional) desde o passado até ao presente. Proporcionar essa viagem, exigiu (desde a teoria, à base científica demonstrável da luz), o desenho e a construção de um instrumento que permite o acesso a essa história contada. Apesar da observação se apresentar sob o domínio do autor, é em si um exercício de possibilidade, que intencionalmente ativa o observador na leitura, representação e construção semântica de uma nova interpretação de um território etnográfico selecionado especificamente como exemplo.

Propor uma observação, é em si o ato mais simples que resumo nesta obra para ativar a participação do sujeito, e assim, garantir através de uma simples interação, a inclusão física e emocional dentro dos limites críticos da experiência.

A epistemologia da produção autoral tem uma base interdisciplinar onde a escrita e o desenho são protagonistas. Fig. 2 É a partir deste domínio que surgem as derivas entre os campos da engenharia e da geografia, sempre compostos em técnicas complementares de representação como o design gráfico e a fotografia – a imagem como o impacto fatal entre o instrumento, a mensagem e o meio de propagação temporal. Surgem ainda temas da representação, da história da arte, da geografia social do Porto ocidental, das técnicas e construções visuais enquanto representações da obra final e afetações do resultado final. Aposto na ativação do sujeito pela criação de um ambiente de programação e manipulação a partir da intenção autoral.

A sistematização metodológica foi fundamental para a minha prossecução do resultado. O tempo disponível e o tempo programado, foi gerido por uma disciplina de concentração máxima nos momentos de viagem, ponderação e outras experiências de recolha, conhecimento e pesquisa de campo.
É assim desde o diário autoral, que registo o território de evolução pessoal e me cruzo com essas experiências, pessoas e locais.

Fig. 2 – Magalhães, Sérgio Miguel (2019): “O local” – crayon e marcador. Diário

“ Podemos então gerar uma realidade acutilante onde o tempo se divide em quadros que seccionam a dimensão temporal do indivíduo e da sua história em fragmentos, sinapses, facilmente apreendidos por si próprio nos reflexos e por outros que acedem a uma perspetiva pessoal da história do humano e do lugar através da técnica etnográfica que o autor proporciona. ” [3]

Engenho

A possibilidade do instrumento – como medição emocional do tempo e da história. Os ajustes, calibrações propostas entre as medidas de equilíbrio de uma nova memória, são justapostos entre a camada “bio-etnográfica” e a “lamela da história” . Fig. 3 A gestão do resultado é feita pelo intermediário condicional, intencional e de novo, emocional.

O apparatus [4] gráfico é feito de engenho, desenho, gravura e impressão, máquinas humanas e ferramentas emocionais de representação, e é esta a filiação ao lugar, tanto quanto aos mestres que nos dedicam todas as histórias por contar. O engenho que parte da capacidade de criar, é em si um invento. Essa criação é também, e neste caso particularmente aplicável, um dispositivo mecânico enquanto o mecanismo de captação do tempo. Possui ainda as características típicas da máquina : a função primordial ( a que facilita a laboração e o entendimento humano ); interface de controle; instruções de funcionamento.

A máquina é assim a relação de contacto, o ponto comum com o observador que disponibilizo na acessibilidade à obra. É esta a expectativa que temos com o tempo, além da teologia pessoal da história que pretendemos contar e para onde apontamos o resultado através do dispositivo. O resultado da captação da máquina é somente a emoção da perspectiva representativa da história deste território escolhido [5] e pode adaptar-se a qualquer outro contexto material, desde que a perspectiva semântica e intencional sejam a instrução emocional do “operador” da máquina.

Fig. 3 – Magalhães, Sérgio Miguel (2019): “O engenho” – crayon e marcador. Diário

Conclusão

Através de uma metodologia concreta e sistemática, disciplinar tanto quanto interdisciplinar, construí uma fórmula de representar o tempo para a observação singular, de momentos patrimoniais culturais de um tempo incomum, na cidade do Porto.

É este território de continuidade histórica, que elucida o observador no uso do engenho, nessa transposição do passado para o presente e que permite a construção duma nova imagem, num outro futuro pessoal. A descodificação dos conceitos da obra, progressivamente desmultiplicados na ativação do sujeito pela leitura da camada, são a epítome de um estudo assertivo do observador, e no acesso deste a uma camada do tempo que ele decidirá pessoalmente como contar.

Referências

  1. PINTO, Jorge Ricardo (2009) . Duas famílias de tecelões na geografia social do Porto Oitocentista . Cadernos : Curso De Doutoramento Em Geografia, FLUP
  2. PEREIRA, Gaspar Martins (2010) . As ilhas no percurso das famílias trabalhadoras do Porto em finais do século XIX . http://www.ghp.ics.uminho.pt/I%20Encontro%20CITCEM-DOCS/DIA%2026/PAINEL%20-%20Familia,%20Espa%C3%A7o%20Domestico%20-%20Gaspar%20Martins%20Pereira%20%20(10h30-12h30)/Gaspar%20M.%20Pereira/Gaspar%20MP_TEXTO.pdf
  3. BRUSH, Brian (2012) . Beyond the Reference: Continuity, Memory and Territory in Cartographic Art http://www.seismopolite.com/beyond-the-reference-continuity-memory-and-territory-in-cartographic-art
  4. RONIGER, Taney (2012) The Map is Not the Territory (But Neither is It Nothing). On Knowing and Voiding in My Work https://anti-utopias.com/editorial/the-map-is-not-the-territory/
  1. PAPE, Lygia; a referência à interpretação da artista brasileira sobre o registo do tempo pessoal na sua ligação e descodificação do tempo comum, o de todos.
  2. PINTO, Jorge Ricardo ; Duas famílias de tecelões na geografia social do Porto Oitocentista : “Era o caso de António Ribeiro e de Maria de Souza, moradores na Rua de São Vítor, na freguesia do Bonfim, e de Armindo José Rodrigues e da sua esposa, Philomena Rosa da Silva (na grafia da época), moradores na ilha do nº 122 da Rua da Paz, os quais, naquele mesmo domingo, haviam baptizado os seus filhos Clara, na igreja do Senhor do Bonfim e Jacintho, na igreja de São Martinho de Cedofeita, respectivamente. “
  3. autor
  4. https://en.wiktionary.org/wiki/apparatus#Latin
  5. as ilhas do Porto