– território um :
Este é o que vivo desde dentro, desde um foco interior ( talvez pessoal ), e admito que está sempre voltado para fora, onde vivo ultrapassando as minhas próprias fronteiras: físicas, tais como resíduos do meu património ou então, imensas coletâneas de um pensamento exportador, comunicante e expositivo de uma forma de ser e estar. A presença do meu corpo em estado público, é admissível como prova de contato real com outros seres, e prova que este conteúdo territorial existe, em meio social e na direção da construção de uma imagem exterior, a partir do âmago que a emite.
– território dois :
De dentro para a infra escala do autoconhecimento e para a noção egocêntrica do indivíduo interior. Talvez dialogante com nada mais do que a proposição de essência, é assim que a construção pessoal, violenta e revoltante tanto quanto inquieta e deslumbrante, se propõe autista. Atingir este lugar implica preparar tanto a paz como a guerra e no meu caso, saio desse campo sangrento vitorioso com o resultado, mas derrotado por não ter sabido evitar a disputa de mim próprio.
– território três :
Sobreviver entre dois pontos antagónicos no espaço, entre dois polos que relativizam o tempo entre eles : pela ausência da presença ou pela presença da ausência. Por isso são complementares, na leitura do corpo que habita tanto o tempo quanto o espaço e se delimita como um volume de fisicalidade e intelecto. Como exemplo, posso referir a distância como um ponto de outro lugar, seja para me refletir nesse espaço disponível para habitar ou então referir um tempo que espera por mim; posso apontar num acontecimento que depende da presença, e na ausência desse tempo afirmar pela leitura de uma memória, que revivo um espaço. Este território mais complexo, de consciência e emulação de uma suposta vida, é perigoso e sintomático. É traumático e inflige mais dogmas do que dores – isto se o reduzirmos a este corpo d@ ágora.
De dentro para fora, de dentro para dentro e entre dois polos reais da memória, são os territórios que habito, e às vezes aflito, atento em como a surdez da realidade comum nos transforma e constrói em grãos de nada, mesmo sabendo o que sei, só para nos devolver à história, como novas tentativas de vida.
Oportunidades.