A prática do processo e da criatividade implicam urgentemente uma revisão do sistema metodológico corrente. Denso, pesado e complexo, sem a exatidão que garante processo até ao resultado, apoia-se demasiado na gratificação do produto final, da estética insustentável da moda e do efémero. É perante a curadoria interpretativa dos modelos de pensamento institucionalizados ( tanto quanto da pedagogia estratificada pelo público orgânico, pelo tema e pela mensagem ) que os conjuntos de linguagem devem formar os novos atores do campo do design e da criação. A prática curatorial é um intento auto infligido, que não se treina ou se adquire sem a noção concreta de que esse estilo de vida afeta não só a nossa visão imediata, como também influencia os nossos contatos inter sociais.
Só pela autoria é possível delinear o caminho equilibrado entre a comissão e o processo auto iniciado : esta abordagem pode assim seguir livre pela resistência do eficaz e no ganho da eficiência pela irrefutabilidade e nunca do gosto descartável. E é este significado social descentralizado desde a academia que importa entender, seja pelo sentido mais lato da palavra, seja pela epistemologia do entendimento abrangente ao acesso universal e coletivo. A suficiência da narrativa é implicitamente medíocre e não responsabiliza os participantes da mesma forma – seja quem forma ou seja quem se forma – em mar de iguais ninguém vai querer assumir a diferença.
A responsabilidade da construção ( pessoal, profissional, singular ou coletiva ) deve começar pela base estruturante da desconstrução e veementemente criticar os modelos, pelos dogmas e pela leitura colonizada dos sistemas de produção ocidentais. Para suprir esta falta de crítica consciente e da prática curatorial como razão profissional, o fator de interesse inicial é o que deve ser dedicado ao fator decisão. As tensões visíveis entre os meios de produção bissectam o mundo atual entre as práticas ininteligíveis, próximas do domínio artístico do design e entre a massificação comercial de mensagens estéticas obsoletas e irresponsáveis. Seja qual for o meio, o público, a instituição, a aposta no fator decisão deve simplificar o real acesso ao significado, à promoção consciente do uso necessário, tanto quanto de outros termos mais imediatos.
Esta é uma falha de base que somente a revisão processual, tanto quanto das políticas de criação, pode evoluir e fazer avançar pelo movimento cíclico da decisão, do ímpeto, da iniciativa e da investigação, da inquietude e da infinita vontade cruzada na ambição do discurso notável e responsável metodologicamente.
Porto Design Biennale