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sol

enquanto ouço vienna em todas as suas partes e pedaços. enquanto vejo o calor do sol vermelho quando fecho os olhos e toda a energia se carrega através de mais do que tudo. enquanto o mundo existe na sua pacatez de mundo e o outro mundo já há muito vive acordado, consciente. numa leveza só, num apoio só de quem calmo pousa os pés no chão para regressar de uma noite de pouco ou nada, de verdade e despertar, lúcido. quando cada dedo se apercebe de si mesmo, se entrelaça com o dedo seguinte até que a mão faz o primeiro movimento. arte quase. bulido. cru e simples. ouve homem, todos os sons lá de fora, ouve com os olhos fechados, vagueia por entre a consciência que é ser luz. sabes como te tornaste na macha vermelha quando fecho os olhos e ouço vienna nas suas duas partes? envolve o pescoço e cabeça, numa dança surpreendente de anos luz. cheio de fome emancipada da descoberta solitária, do monstro cegante lápis-lazuli, tu assim. e continua nos enlaces de catarse a gemer por traz da escrita, e arrepias a vida dos demais e ouves o que os sons não emitem, e vês o que a íris cega, e sabes o sabor de todas as formas de preservação e cuidado e, ouves a voz na nuca lá atrás a desambiguar todos os nomes que te deram e todas as manchas que te seguem e todas as cores que azulam e todos os verbos que não chegam e todo o corredor de luz e mais luz e mais luz

e

mais

mais

mais                                       luz

.

agora integrado no corpo humano, pela necessidade de ser Homem, de se este, olha bem para os teus dedos, olha para os teus pés pousados junto de uma cama. ouves vienna, na sua primeira parte, na que te lembra de ti mesmo e vês o sol, vês como o espelho em ti mesmo se reflete de luz vermelha que te carrega de energia, no mais lento dos sôfregos olhares porque também o infinito se constrói à tua volta (tudo) e tu continuas a mostrar ao universo o que é a luz. e tu és.

e tu serás

e tu tens

e tu terás

e tu sabes

e tu sentes

e tu vives

nessa pele de mil seres para seres apenas uno, o único membro que jamais se desmembrou, o ciclo que fecha em si a morte e a renovação no eterno loop da eternidade, porque nenhuma ambição é maior que essa nem mais nobre do que a tua.

luz

sempre

ouve

todos os 10 dedos a tomarem posse de si para que acordes com o SOL, contigo. vives para sempre e desde já em mim, para sempre comigo. obrigada

awcat