A verdade é só uma
Aos que afecto – aos que deixo ficar – a essa horda de inadaptados – quais humanos – meio acordados ou já completos – aos que nunca vão perceber – aos que sentem ao de leve o meu toque – aos que fogem da minha inquietude – a todos os que mentem a partir da minha tranquilidade – aos que dependem de mim para existir – aos que existem para mim sem eu perceber nunca porquê – aos que são tudo o que eu nunca esperei – aos que são sãos – aos que me dão sanidade – aos que me exigem respostas – aos que eu ignoro, admiro ou sou pura curiosidade – aos que sobram – aos que nem tocam – aos comentários de sobriedade, seriedade, sem idade – a todos que cuido, a todos – esses que recebem sem ter que pedir – aos que acolho – aos que me deixam ver – aos queridos – aos molhos – aos amados – a ti meu amor – até outros que nunca te vou conseguir evitar – aos que perguntaram sempre – aos que tiveram medo de mim – aos que olharam de frente – aos que fugiam no fim – a elas – às desculpas, medos e receios – aos dias da noite e noites em mim – ao sol – e á estrada – sem anseios, na descoberta – ao acento errado – á estranheza – ao pacto – há vontade infinita, insólita, criadora – há e haverá sempre comigo uma estranha forma de ver, dever que exijo aos outros, de viver a aprender a morrer.