A supremacia da descoberta constante é em si uma secreção efémera, que expele este paradigma dos nossos tempos em pepitas de ouro que derretem à vista. A falta de cuidado pelo trato é a regularidade na pseudo descoberta da realidade efémera. Saltitamos de opinião em vontade, de pessoa em atividade, tudo pelo bom nome do acumular e do falsamente chamado: a viver.

the MONSTRUKTOR

Nunca foi pelo resultado. Nunca foi pelo número só. Nunca foi pelo que os outros esperam de mim. Nunca foi pelo que se espera de alguém como eu. Nunca foi por nada mais do que a catarse do percurso. Sempre pela prova do ser e fazer como o mundo precisa de saber.

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Nasci de uma cor, e vivo o peso dessa densidade. Além da cor trouxe um ritmo, num som ribombante, que ecoa na forma do tempo até ao espaço que me conforma. Obviamente, o sabor dessas emoções convulsa em mim um bolsar de curiosidade, crítica e construção na condição basilar de nunca ter como fim a próxima pergunta, a original. Por fim o que toco, essa música da pele, a pauta escrita a dedo, sem marcas no papel, onde sinfonias são todos esses sinais e o requiem se cura como cicatriz. É assim que explico como nasço em mim todos os dias, num ciclo de dentro que já nem depende do fim.

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A verdade é só uma

Aos que afecto – aos que deixo ficar – a essa horda de inadaptados – quais humanos – meio acordados ou já completos – aos que nunca vão perceber – aos que sentem ao de leve o meu toque – aos que fogem da minha inquietude – a todos os que mentem a partir da minha tranquilidade – aos que dependem de mim para existir – aos que existem para mim sem eu perceber nunca porquê – aos que são tudo o que eu nunca esperei – aos que são sãos – aos que me dão sanidade – aos que me exigem respostas – aos que eu ignoro, admiro ou sou pura curiosidade – aos que sobram – aos que nem tocam – aos comentários de sobriedade, seriedade, sem idade – a todos que cuido, a todos – esses que recebem sem ter que pedir – aos que acolho – aos que me deixam ver – aos queridos – aos molhos – aos amados – a ti meu amor – até outros que nunca te vou conseguir evitar – aos que perguntaram sempre – aos que tiveram medo de mim – aos que olharam de frente – aos que fugiam no fim – a elas – às desculpas, medos e receios – aos dias da noite e noites em mim – ao sol – e á estrada – sem anseios, na descoberta – ao acento errado – á estranheza – ao pacto – há vontade infinita, insólita, criadora – há e haverá sempre comigo uma estranha forma de ver, dever que exijo aos outros, de viver a aprender a morrer.

A verdade é que sem pensar não faz sentido, e consentido obriga a pensar. Por isso apoio-me na pausa, na consideração, e detenho-me somente no carinho que tenho por mim próprio como a maior dádiva aos, e para os outros. É este narcisismo educado, consciente e produtivo que constrói a imagem que têm de mim os poucos que sabem que vivo invertido; que sentem a ausência do pedido na pele e que, pelo tempo, serão monumentos de perda, pranto e de uma posteridade póstuma. Posso pedir agora?

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É assim, que de repente, tudo o que é, desaparece. Um instante de nada muda tudo, desde a parte ao todo e parte-me todo. Desmonto do pedestal de humano e continuo só a pé o caminho que me leva a ensinar o que aprendi, a pôr em palavras o que sinto na pele das marcas de homem, que de livre tem somente a marca do ferrolho.

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Pelo medo da perda, implicam-se perdas ainda maiores. Pela falta de sítio, criam-se situações de ausência e alguns desamores. Pela escolha de nada, faz-se tudo parecer alguma coisa, quando basta parar, olhar e voltar, para ver que tudo que é teu, é de facto, ganhar.

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Colectivo Plaka_TO SCHOOL OUT OF SCHOOL (oficina temporária de estudos contemporâneos)

Carta de motivação 

EXTERNO

É na plena continuidade dos coletivos PLÁKA, que me encontro presente, no acionamento da cidade, e pela comunidade que a promove.

Sinto a ação formativa, estruturante e pioneira que a cada passo toma controlo sobre a decisão de ser mais, não só alguma coisa, e como isso passou a comandar em cada participante o tempo da sua própria contemporaneidade. Como passei eu, a ser a ferramenta de contexto além da minha abordagem pessoal com o meu outro mundo.

A vivência desde a resistência da política da sobrevivência, uma aposta na perspetiva da ética, filosófica e sedimentada na base do conhecimento como observação do alheio, adjetivou cada participante com a relação dentro do seu ecossistema particular, como a garantia de acesso à camada mais comum.

E agora a prática, o acionamento da rotina pela experiência que suja, ensina, limpa e repete. Metodologicamente, a dissecação de objetivos, competências e responsabilidades, numa taxonomia tutorial de filosofia aplicada, prática. Mesmo temporária, e desde a leitura da escola oficina, pretendo criticar-me na posição que ocupo e dessa forma implicar o contexto que se cruza tangencialmente comigo; como poderá intersetar uma nova realidade aumentada, mais competente e consciente, feita não só de mim como dos outros que também se debatem para nunca parar de aprender.

INTERNO

Admito-me um ser profundamente epistemológico, e vivo dessa filosofia da ciência e do conhecimento. Divido as minhas metodologias e abordagens, sistemas e processos, enquanto rotinas diárias de criação e hipótese. Nesse contexto, muito raramente sou acompanhado por tutoria que não a decisão do gosto comercial de outros. Por isso criei um conjunto de ferramentas, verificações e auto análises de ato, modo e resumo que me infligem uma auto curadoria em simbiose com essa tutoria auto curada, que me distanciam cada vez mais da realidade medíocre do mercado – práticas que precisam de teste, mais teste. Exploro desde sempre os limites da encomenda comercial com a autoriginalidade, a de um ser como eu : um monstro crítico, em frente ao espelho, a flutuar na busca do eterno COMO? É desta forma que penso, seja no meu contexto de iguais, seja separado pelo tempo e pelo espaço em tantos outras dimensões cosmológicas, as quais, sem perda de nexo, rumam para mim, em mim, como instituição.

ANA ROCHA, ANDRÉ SOUSA (Tutores)

20-24 de Novembro 2018 + 11-15 de Dezembro de 2018 + 14-19 de Janeiro de 2019 Com Adrian Heathfield, Benjamin Seroussi, Catarina Saraiva, Fadwa Naamna, Irit Rogoff, Markus Miessen, Olivier Marbouef, Pedro G. Romero e Stephan Dillemuth

A Catarina

Sem homenagem, sem pudor, sem faltar à honra que é poder fazer parte desse cenário vivo, declaro-me devoto da missão que cura quem merece, a viver.

Acordar, desde cedo uma visão clara. De passo a salto, de ponte a península, de mar a oceano, de universo a ou(l)tra dimensão, e expandir.

Perspicaz, como somente quem sente o fito da ambição se permite, numa prova de conceito superada, a saber.

Delapidação, no ato infligido que demonstrou sempre o que estava além da superfície : a que há quem perceba logo abaixo da máscara humana e que eu prefiro considerar que vem de dentro, o que é âmago.

Estado, o território, o pressuposto, o advérbio de um modo incomparável de ser o mais humana entre animais. Sempre arrogante, humilde, presunçoso, determinante, lancinante, doloroso, inquieto, dominante, e assim, só tu.

Muito vejo, vi e verei, nunca menos do que quiseram que eu visse, nunca menos do que o ser admirável, fascinante e eterno que, em mim serás.

Obrigado pela tua vida ser um feito que me inspira só por existir, mulher.

@catarinaplr

I haven’t read a book in a very long time and now, preparing myself to write the first one I can see more clearly that, the ancient, the classical times of antiquity are only the first manifestation of a common concept called human condition. They did not had a particular enlightened view of the future, the past or of the world as a whole; they didn’t had a stroke of genius (or several) in which they invented thinking about blehhh; they simply could assume their natural condition, and evolved naturally, without compromise, or other influential criteria than themselves. As I progress in life, despite being heavily interpelled to be consumed by others around me, I have kept a certain purity, for the right amount of time (too long?), to recognize my condition and probably evolved state of self verification. Thinking about stop and go.

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Colectivo Plaka_THE POLITICS OF SURVIVAL (ESPÍRITO, MATÉRIA E MODOS)

Carta de motivação 

EXTERNO

Aguardo uma derrapagem de sentido onde o espírito de um lugar, enquanto um movimento sem novo resultado, não será mais do que uma simples rotação de soslaio no teorema ecológico do momento em que suspiramos, desde as nossas ambições de futuro, uma incerta enquanto sóbria reflexão.

Composto pelos fluxos piroclásticos, implícitos aos movimentos intelectuais e geradores de massa crítica, conto com o novo conteúdo – iluminista; com os novos contextos – paradoxos acelerados por um efeito Venturi renovador e lancinante; com as novas propostas – inflamadas pela interminável dúvida do pensador incomum.

Desejo um criterioso controlo da metodologia, procedural, uma execução magistral, na demonstração e/do domínio da forma e/do modo (acima de tudo do modo), pela partilha e experiência de atravessamento inter corpóreo, dos tutores e dos seus selecionados, na transmissão do tema proposto.

Um rigor analítico, uma discussão revigorante, um registo horizontal que extravasará a performance individual deste grupo, transportado pretensiosamente para os novos horizontes intelectuais urbanos da cidade, além do contexto e da sua história.

Proponho uma seleção de consciência, de nível mitocondrial, onde não só os espaços mas também os sujeitos são acionadas como momentos expectantes, num desígnio estaminal que somente o resultado pela necessidade influenciará a formação definitiva do acto.

INTERNO

A oportunidade de partilhar a dúvida, na busca da questão própria e irresolúvel do que fazemos e porque sequer estamos aqui.

Uma noção agnóstica de tempo, que nunca se repetirá em nenhum espaço que não o da intimidade partilhada nos momentos solenes da assembleia crítica que Politics of Survival adivinha. Um pregão de espírito, matéria e modo que me interessa explorar metodologicamente, na busca epistemológica da autoria pela irrepetibilidade da minha existência. A cura do contexto, de onde parte o meu ser e de onde decidi influenciar com a força dimensional do conhecimento que transmito, equilibrando num vórtice de progressiva gravidade cosmológica o que dou e o que posiciono para outros receberem.

CARLOS COSTA, GABRIELA VAZ-PINHEIRO, JORGE PALINHOS (Tutores)

5, 10, 13, 17, 24 e 31 de outubro de 2018 Com Aliki Kylika & Kyveli Anastasiadi, Álvaro Domingues, Camille Louis, João Luis Fernandes, Jorge Leandro Rosa, Lia Carreira, Margarida Mendes, Mariana Pestana, Marjetica Potrč, Marta Alvim, Matilde Seabra, Rui Matoso

Da perspectiva dominante retenho sempre a forma que agora tem e o conteúdo que a fez crescer. Desde o pretexto que a ignição do argumento gera, posso perfeitamente assumir que a continuidade se alimenta de humanos, hipoteticamente livres, tanto na sua propriedade física quanto intelectual e que de todo o panorama possível, foi decidido pela maioria que essa é a forma de avançar. Obrigado evolução, por regularizar a decadência da espécie, também dominante, através da ausência de crítica pessoal e partilhada, ao invés de garantir a individualidade da opinião pelo acesso e/ou criação consciente da informação.

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Acusam-me de demasiado: demasiado intenso, sério, perfeccionista, competente, interessado, demasiado… enfim. Sou assim um… anjo negro da morte da mediocridade, e como tal, fatalista, exterminador de baixas expetativas e afins, até ao fim.

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