Carta de motivação 

EXTERNO

Despertar o próximo passo, pela participação, mas acima de tudo pela ativação do momento inquestionável do renovado apoio municipal à prática contemporânea, na assunção do curador como o último degrau evolutivo da espécie artística. É este o momento em que a convergência Darwiniana, determinista e epistemológica se refunda na doutrina de Descartes e Spinoza numa nova idade de razão e consciência.

Presenciar o fatal afunilamento de artistas ao encontro do seu dever, na constatação da sua pivotação desde o palco iluminista, o mesmo que os consome e os conceptualiza, dando lugar aos mestres que curam e protegem as práticas infantes, e essa enorme onda de futuras desilusões individuais.

Sobrevisionar do fluxo migratório, desde já presencial e substancial, dos que buscam as luzes deste porto de cinza e ouro por entre a neblina do valor próprio, auto infligido, descartável e popular, social.

INTERNO

O tempo na dicotomia do seu domínio e irrepetibilidade; o espaço do Porto enquanto porto da próxima volta de curiosidade universal. O osmótico duo, os catalistas que me motivam a deixar uma prática inerentemente profissional, por um percurso evoluído da consciência do despertar.

Dar e receber, aprender e ensinar, dos e com os exemplos de quão forte é esta espécie que agora se apresenta, é o passo óbvio para accionar este momento. Sintetizar, descodificar e simplificar desde dentro o ato da criação, da investigação e da mediação entre a cultura e a postura.

Preparar o Porto, exige preparar-me para o Porto.

CLAIRE BISHOP, NUNO CRESPO (Tutores)

24, 25, 26 e 27 de julho 2018 Com Isabel Lewis, Flávio Almada, Joana Gorjão Henriques e Tania Bruguera