Azulado

Desafio : escreve como se escrevesses para uma criança, depois um adolescente, depois um adulto, depois para ti, depois para um velho.

– Quero aquele, o azul.

Muito bem. Escolhes o que queres e tens o que escolhes. Sabes porquê?

– Só se for porque não sabe escolher… e é mais barato do que as minhas capas… Mesmo que não sirva para nada, como sempre… Estantes de nada!…

– Não te percebo, estás para aí a rezar sobre o quê? Porque não concordas, não precisas, ou não te faz falta, vais reclamar?

– Sim! Vou! Exatamente pelo que disseste.

– Pois é, ela tem razão. Se está a mais, está a mais, não faz falta.

– Tudo bem, mas a menina pode ter um mimo, um pequenino, para poder perceber o que isso importa, ou não… Senão como vai aprender?

– Pode ser assim?! … Tens, tens, não tens, não precisas, nem sentes falta! Assim escolhes melhor o que queres ter e não vais ter nada a mais, tens o necessário. Se não, imagina como era teres tudo o que querias, ou nada do que querias. O que escolhias para a tua história? Tudo? Nada? Nah aha. Equilíbrio, como o azul, nem vermelho, nem verde, azul. Mais forte ou mais fraco?… Depende da história, da tua.

– Já não gosto de azul.

– A sério!? Depois disto tens que reduzir ao gosto? Sabes que não se julga pela capa….?!…

… não faz mal, mesmo assim eu posso escolher outra cor, não posso?

– … mais valia, não serve pra nada…

– Podes. Escolhes o que queres e tens o que escolhes.