Por quem
Nas vezes que definho em palavras, sinto que nem progrido por mim.
Faço-o descriminado pelo tempo que me dão, as pessoas que desfilam no seu tempo, por mim.
Nesse ponto atemporal de pensar em mim não penso, sinto.
Muito pelos outros e muito pouco por mim.
Tenho que o fazer mais, e faço, sinto que sim.
Estou a fazê-lo agora, mas nem assim me sinto assim tanto em mim.
Mesmo a desfilar pelos poucos outros, alguns que me pedem mais que o faça, por mim, sinto que dou o que posso e não posso mais dar de mim.
Mas é assim que me sentem, esses outros que me pedem, que falam e devem tanto a eles, e ainda mais a mim. A dívida cresce, num retrato de mim, por isso retribuo para sempre em quadros de ser, até que…
A obra se mostra, cresce e robusta, vence o pudor do poder e deslumbra quem a vê ver. Afirma-se na frase que extinta, se faz sentida e impera desde esse fim. Um mural de estrela, feito da cidade que o viu nascer, essa obra, prima, que em mim nunca se irá mais ter.
Enfim.