Para lembrar,
precisamos esquecer.

Para aprender,
precisamos recordar
que lembrar
começou por esquecer.

January 28, 2023

Primeiro somos humanos. Somos parte indistinta de uma descrição universal que se vista de uma escala cosmológica não quereria sequer deter termos para acentuar qualquer diferença entre essa comunidade. Talvez, para efeitos de uma apreciação sobre a possível explicação da persistência ambiental da espécie, essa descrição poderia tentar uma precisão tipológica sobre a biologia, e uma outra descrição morfológica sobre a relação inter espécie. Devido ao nosso estado concentrado na condição terrestre, torna-se claro que as especificidades etnográficas dessa descrição, seriam diluídas numa informação homogénea de carácter coletivo.

Segundo, alguns já sabem que a essa escala, somos somente um conjunto primitivo de seres em constante conflito com a nossa própria evolução e progressão intelectual. Somos tão só e ainda, limitados pelos conhecimentos do nosso território imediato, e incapazes de lidar com os conceitos para além dos campos sociais das nossas relações planetárias. A maioria, é incapaz de lidar até, com as relações que existem além da sua própria presença e proximidade com outros indivíduos, humanos ou não, cientes ou não.

No entanto, continuamos a aguardar pelo Messias que nos trará o entendimento sob a forma de palavras, imagens ou pílulas. Esperamos por esse momento, suspensos nas nossas incapacidades e ancorados em sentimentos ainda mais primitivos do que a nossa possível descrição cosmológica.

Penso sobre o que seria se os pontos que nos unem estivessem dispersos pelo universo. Se não tivessem qualquer mecânica associada, nem quântica, e se transformassem no entendimento de cada ser individual, assim que esse ser quisesse. Só assim posso assumir que a solução coletiva fosse um pouco mais do que uma fantasia, e nessa realidade tudo se dissipasse em nós. Ou então, toda essa noção se transformasse em estrelas e astros, tal como vejo no céu dos que talvez já cá andam em volta de mim.

January 21, 2023

Sem ser preciso desdizer, contrariar ou outra forma qualquer de assumir que não sei, posso concordar que não há problema nenhum em opinar pelo contrário.

Diz ele, que as coisas indizíveis são as mais importantes. Um lírico, irónico e mordaz a quem a importância é tanto relativa para mim, como para ele. Talvez seja por isso que ambos achamos ainda mais importante saber opinar, sublinhar, erudizar.

Eu percebo ao que se refere nas tais coisas indizíveis. São aquelas que sei que existem, mas que para ele são misteriosas e que vivem nesse reino do desconhecimento intencional e praticado.

Prefiro as coisas dizíveis e as suas proclamações, principalmente quando partem da descoberta das coisas indizíveis só para voltarem à sua condição inicial. Prefiro saber e faltar-me assim o que saber a seguir. Num estado sem fim, e não como o seu fim em si.

Vou ter que o ler, para sentir a falta de não saber e descobrir-me nesse caminho de coisas que ora sei, ora como não sei, quero saber.

January 17, 2023

Nunca é a melhor altura para parar. Podes ter a certeza que avançamos sempre que precisares de mim ao teu lado, mesmo que isso signifique nunca parar.

Parar não, até porque me faltam as forças para isso. Além do mais, não sei como continuar, e como também não sei parar, avanço.

É um milagre esta via de vida em movimento. Sempre de momento em momento como se a tentasse esquecer. Nem assim avanço e mesmo assim não páro.

Nunca haverá melhor altura para parar.

January 11, 2023

Assoberbado, sinto que por vezes até a sensibilidade me ultrapassa. Como se nunca me tivesse invadido, sou incapaz de saber como me comportar nessa falha humana. Fico preso numa tontura, numa doença que me leva a noção de em como corresponder com o sentimento abstracto de que somos capazes de entender, sem ter ainda na história, o saber de como o dominar.

Talvez ainda, talvez um dia, sejamos capazes desse sentido de afeição à nossa tal sensibilidade em só, existir.

É um quadro belo, esse o da incapacidade, incompetência e do deslumbre. É uma tolice de que nunca me quero gabar, nem esquecer. É assim e sem que me sinta obrigado a erigir altares de fé a ninguém especial. É melhor falhar em comunhão com todos os que em silêncio também falam assim.

January 7, 2023

Sometimes I wonder when happiness in people face’s is real and true.

It’s almost ironic to find out that usefully, that happiness is built upon sand and water, reinforced by ephemeral feelings of opposing magnitude, either passive, either inconsequential.

January 3, 2023

Nem professor, nem para sempre aluno.

Agente da disciplina, ajo porque recuso mediar e tomar partido por facções extremas.

Inquieto, um mecanismo justificado pelo mecanismo normal. Intrínseco.

Concentrado na construção crítico de conteúdo criativo.

Livre para pensar.

Útil, eficiente e capacitador. Instigador.

Um investigador boémio, ouvinte da ética, virtude e princípios ausentes.

Um modernista moderado à procura de uma melhor nomeação.

Um terceiro corpo, se fossem preciso contar. Alternativo.

December 2, 2022

Não raras vezes (e muito pela eloquência deste início), sinto-me uma cópia.

Geralmente porque vivo em tempo real a noção da referência, quando assisto ou atinjo, sempre longe do auto-didatismo, ao imenso alinhamento do meu pensamento, com a atualidade do futuro.

November 16, 2022

De certo que não serei diferente, e por isso tento pensar em algo tão semelhante.

Só assim posso evitar ser um velho queixoso e derrotado, com tanto pesar que carrego nas sombras dos olhos.

Mesmo ouvindo de mim o que sei ser capaz, resisto à dúvida de um controlo maior, dobrado nas costas do meu legado.

Mesmo dominando o dia, a cada dia que vem, há sempre uma forma do tempo nos invadir e ganhar a tutela, um pensamento de cada vez.

É impossível não pensar, que tudo o que somos, há-de sempre mudar.

Tenho melhor a noção do tempo que demora uma montra a desenhar um reflexo de mim.

É isto que nos pedimos quando nascemos, ter a noção do tempo, principalmente quando morremos.

November 1, 2022

A primeira premissa de um compromisso é a professa vontade em prometer.

Como em todos os compromissos existem duas partes indissociáveis como integrantes do pacto a relacionar: o emissor e o recetor. Antes de mais, convém esclarecer que o emissor é efetivamente possível enquadrar como uma entidade, e por isso, pode ser relativo a um agente individual ou coletivo, pode ainda ser pessoal ou institucional. O recetor é mais ou menos abstrato, relativo à sua própria posição perante o emissor. Pode até ser uma corrente de pensamento.

Podemos descrever assim o emissor a partir do seu enquadramento e de acordo com algumas variáveis.

Podemos começar pela menos óbvia, onde o emissor é ao mesmo tempo recetor. A mensagem premissa é transportada do indivíduo para ele próprio, o mesmo indivíduo, relacionado portanto e somente o seu corpo intelectual íntimo. Podemos ainda refletir sobre o facto deste compromisso ser mantido ora privado ora público, o que por si, afeta a leitura, interior e exterior do compromisso, em múltiplas frentes de análise.

Quando o emissor se dirige ao recetor, num canal direto e identificável, encontramos o que parece ser, na maioria dos casos, a principal forma de estabelecer compromisso. Este segundo tipo é mais fácil de reconhecer, até pela prática individual da maioria de uma qualquer comunidade, principalmente religiosa. A comunidade social, assente nas premissas políticas de relação de premissas com estrato, estatuto e poder, é o exemplo maior deste caso: eu comunico, tu reconheces, há possibilidade de acordo e como tal, um perfeito compromisso tácito. Se estas regras não são seguidas há conflito e a suspensão do compromisso social, seja ele cultural ou somente ético.

Éxiste ainda um terceiro tipo (e deixemos a contagem por aqui, para já) onde a inversão da direção da premissa comunicação, se transforma quase numa falácia, e se inverte: o recetor exige um compromisso do emissor (transformando-se assim num emissor?). A inversão sugere ainda que as regras binárias de partida e chegada estão ausentes e em sua vez podemos não só encontrar o compromisso do emissor pela posição e consequentemente mensagem subliminar do receptor como também, a omnidirecionalidade de uma nova forma de mensagem, comunicação e compromisso. Imaginemos um político, que pretende levar a cabo uma decisão, sabendo de antemão sem emitir a sua mensagem, que a receção da mesma tem uma provável reação. Esta influência clara da mensagem, sem sequer ser proferida uma relação clássica de canal, emissor, receptor, tempo, permite mediar compromissos com uma mestria intemporal agindo diretamente como professa vontade em prometer.

Vamos aos exemplos: eu quero comprometer algo em mim (sem nunca influenciar a minha relação com outros); eu quero prometer algo a alguém (porque o haveria de fazer se não a mim próprio primeiro); eu exijo uma promessa implícita (sem que seja explicitamente professa a minha vontade e compromisso).

Este é o tipo de promessa a cumprir? Parece que sim, pois as bases da sociedade contemporânea têm como agregador a capacidade de prometer entre os seus elementos.

Esta é a promessa que não consigo fazer: saber como prometer algo a quem quer que seja, com a certeza de não a cumprir. Não porque não a tenha como certeza mas porque a simplicidade desse compromisso evita a nossa relação com o tempo da nossa mudança e a nossa evolução intelectual.

A promessa é sempre melhor vivida como princípio,uma membrana entre órgãos sem moralismos, e só dependente da nossa forma de aceitar como viver.

November 1, 2022

Fico embevecido com as proezas dos outros, sem que isso me diga quem sou, tão só que essa inveja não se explica, celebras-se.

October 10, 2022

My Zeitgeist, a spirit of the time, my time, is but a ghost.

Some parts of it are made of an intended legacy while others of unexpected heritage but all, are building blocks to the present.

Through me, they become what once were, and are processed as such, somehow innocuous and extinct.

Filtered by my pleura, they enter a gaseous state, unaffected in ambient temperature, ready to be taken by some, as if they are their first gulf of air.

These are the parts of the spectrum I’m building to all.

October 10, 2022

Quando a memória causa angústia passa a remorso e isso altera a essência do passado num futuro nada feliz.

October 8, 2022

Tudo o que fazemos só acontece uma vez.

October 8, 2022

Preciso de me afastar de mim para saber quem quero ser.

October 6, 2022

Sinto-me perdido e até desorientado quando provoco a minha ausência.

October 6, 2022

O mundo é perfeito, até porque se não fosse, iriamos querer o contrário.

October 4, 2022

Observations urge me to relate perceived time with entente.

October 4, 2022

I live my life knowingly absent of pleasure.

Commitment replaced the most elementary definition of pleasure and inversely evolved the sense of autonomy and responsibility.

I don’t find pleasure in dragging my feet coming out of a bus while thinking about the indulgence waiting for me at home.

I don’t find pleasure driving a cabriolet in the most beautiful road towards a new restaurant.

I find pleasure in controlling the urge to have pleasure in life as a cultural concept.

I find pleasure in pleasure itself, and that’s why I am what I care about.

September 25, 2022

When reading is the manifestation of the power of knowledge, writing is the application of a summoning choice for power.

Power is the ability to influence other’s people behaviour and understanding of cultural and social relations through politics.

Power is neutral in its essence and changed only because the organic structure of meaning, depends on human dynamics.

September 24, 2022